BlogSlot - Visões de um Caipira Cosmopolita...

terça-feira, novembro 25, 2008

25/11

Falta um mês para o natal.







Queria escrever um texto bacana sobre o que este dia representa pra mim. Sobre o que acontece quando chega novembro, sobre como chove neste mês, sobre o frio e o calor, Primavera e solidão.



(...)



Mas hoje que resolvo terminar de escrever a mensagem, três dias depois que o natal passou, tomo coragem apenas para dizer, envergonhado, que nem depois de alguns anos as feridas cicatrizaram.


Pelo menos rendeu um bonito poema.



Poema de fim de ano



Chega novembro
e lembro

Que o amor é difícil de entender,
de lidar,
de compreender.



Hoje é dezembro.
Quase ano que vem, de novo.

de novo ano novo.

Dia de sol, como as tardes em Ribeirão Preto
anos atrás.



Se ela soubesse
- e se importasse -
que sinto saudades dela, e não do sol....

O sol parece o amor,
tem o ano todo
como todo ano tenho amado, desde um ano novo passado.



Não é como este poema pontual
que mostra que é atual
este sentimento pretérito.

terça-feira, novembro 11, 2008

For your eyes only...

Acho que acordei de novo com conjuntivite. Saco.

Pelo menos poderia me render alguns dias de folga.
Mas acho que nem isto, viu...



No mais, estou com fome e um pouco de caibras.
Mas descansado, eu acho.


Pronto para mais um dia de desafios.
Uau!!!

(eu quase acredito nisto...)



Falando em menções ao velho Bond, tentei ver o novo filme, "Quantum of Solace".
Saio de casa no domingo, vou até o Iguatemi no horário mrcado, e eis que não tinha mais lugar pra ver nem dali a duas sessões...
Exceto, claro, se eu quisesse me arriscar a ficar com torcicolo nas cadeiras mais à frente.

Eu mereço...



Mas claro que nem tudo foi ruim. Falando assim, até dá a impressão de que eu sou depressivo ou um velho chato e ranzinza, daqueles que ficam batendo com cabo de vassoura no chão pro apê de baixo fazer menos barulho.
No final de semana, deu pra visitar uma animadinha festa da PUC-SP, em uma república lá em Perdizes. Boa como as do interior, e mais liberal do que aquelas...



Afora isto, o domingo estava quente...
Propício a muitas lembranças da época em que eu morava em Ribeirão Preto.

Churrascos com cerveja, conversa jogada fora com os amigos na cozinha, ida ao Santa Úrsula ou ao Ribeirão Shopping pra passear e pegar um filminho, invasão da piscina do campus, competições de Fórmula 1 ou Age of Empires, caminhada até a Av. do Café ou até a Catão Roxo pra almoçar, filmes pra assistir (primeiro em VHS, depois em DVD, com a chegada da tecnologia ao CREU...hahahah...), lavar roupa e jogar conversa fora na lavanderia enquanto as máquinas patinavam pelo chão...

Hoje, todos crescemos e envelhecemos. Acredito que todos trabalham e seguem o rumo de suas vidas, ainda em Ribeirão, ou de volta às suas cidades natais, ou aqui na capital como eu.


Mas todos relembram aqueles tempos com muito carinho.
E sorrisos irônicos, claro.

domingo, novembro 09, 2008

Sensibilidade

Já que estou falando de músicas emotivas, acho que cabe um pequeno texto sobre sensibilidade.
Um alerta que, acredito eu, se fez sobre mim ontem. E que pode também servir para algum dos poucos e raros leitors deste quase quadrienal blog.


Para variar, como estou voltando às origens e me envolvendo outra vez com o Centro Acadêmico da faculdade, levei um dos bixos da futura gestão para uma reunião dos CAs de Economia do estado de São Paulo.


Na reunião e depois dela, havia uma moça muito bonita, simpática e interessante. Conversamos bastante, e foi como se eu sentisse que "algo mais" poderia acontecer, pelo jeito que a referida mocinha tratou comigo naquela ocasião.

Ela foi gentil e atenciosa, e conversamos um tempinho bom sobre várias coisas relacionadas ao Movimento Estudantil e outros assuntos.



Daí vem o porquê daquela famosa comunidade do Orkut, a "Sou legal, mas não tô te dando mole".
Eu não dei trela para a possibilidade de "algo mais", por mais que tenha pensado na situação ao longo do dia e, até, quem diria, cultivado algua esperança para a festa que se seguiu à noite. Achei, como São Tomé, que devemos desconfiar se a esmola for demais.


Dito e feito: a moça realmente é muito gente boa.
Com TODOS.


Daí vem a reflexão.
Em alguns momentos, por desilusão, por carência afetiva ou alguma outra razão alheia, ficamos mais sensíveis e tendemos a achar que aquela pessoa bonita, interessante está nos dando mais mole. Justo pra nós, que estamos tão sós e carentes de alguém que nos compreenda e nos dê aquele carinho que tanto nos faz falta.

Não que a pessoa não possa a vir se interessar por algum de nós...
Mas a nossa carência pode nos turvar a vista e nos fazer fantasiar algo que, naquele momento, não existe - pelo menos ainda não - e nos colocar a perder uma possibilidade, ou até mais do que isto.



Acho que é isto que eu queria dizer.

É difícil resistir ao impacto da falta de carinho e de atenção...
À falta que nos faz ter alguém, e à carência que esta falta cria para cada um de nós...

É difícil quando toda esta carência nos deixa sensíveis e emotivos...


Mas é ainda pior deixar esta carência turvar nossos olhos pra realidade.

E Continua Novembro...

Soa irônico também que eu realmente comecei a gostar de Adriana Calcanhotto em um dia de novembro.
Como também de Zeca Baleiro e Tom Zé. Ontem, ouvindo "Meu Amor, Meu Bem, Me Ame", no sábado à tarde, reparei bastante nisto.



Não apenas foi, mas esta é uma música que me marcou bastante.
Em dois momentos bem distintos da minha vida ribeirão-pretana.



Nunca havia ouvido esta música em específico dele em rádio alguma...
Mas já estou cético demais pra acreditar que a vida manda sinais assim pra gente.

Chega Novembro...

...e uma música se mostra bastante identificada comigo.



E também com os últimos novembros vividos por mim, aliás.






Pelos Ares
Adriana Calcanhotto

Composição: Adriana Calcanhotto & Antonio Cicero



Não lhe peço nada
mas se acaso você perguntar
por você não há o que eu não faça

Guardo inteira em mim
a casa que mandei
um dia
pelos ares
e a reconstruo em todos os detalhes
intactos e implacáveis

Eis aqui
bicicleta, planta, céu,
estante cama e eu
logo estará
tudo no seu lugar

Eis aqui
chocolate, gato, chão,
espelho, luz, calção
no seu lugar
pra ver você chegar