Claro.
Haveria um momento no qual eu sentiria todo o peso da solidão que me aflige cair, de uma vez só, nesta cabeça que pensa o que escreverá sobre este momento.
E eu não sei....
Não sei bem o que escrever.
É como se as coisas que vivi, as ideologias que acreditei, as mulheres que amei, as amizades que cultivei, o dinheiro que ganhei...
Nada disso fosse capaz de aplacar o vazio da minha solidão.
O vazio da solidão consome até a minha criatividade literária...
Já que, antes de mim, milhões de autores renomados, poetas apaixonantes e apaixonados, pessoas de todos os estilos literários ja´escreveram suas visões sobre a solitude da vida.
(...)
Mas como um vinho, solidão naõ é só depressão - pessoas com cabeça no lugar também podem aprovietar um processo de
maturação.
Profunda, prolongada demais talvez - mas que, como nos melhores vinhos, envelhecidos na solidão vítrea de suas garrafas, sempre produz um belo resultado.
Agora estou só....
Colegas de apartamento em aula, colegas de faculdade em aula, colegas do trabalho em algum lugar do mundo...
E os amigos em geral, distantes.
Fico pensando, se será uma boa morar sozinho com estava pensando antes.
Busco uma individualidade que não possuo em um apartamento tão cheio de gente quanto o meu - mas tenho meus receios do preço que a busca desta individualidade pode ter, ao me deparar só comigo mesmo numa noite de quarta-feira.
Não sei se gosto da solidão...
Gosto quando a escolho, vivendo um processo de autoconhecimento e da já citada maturação...
Mas não quando ela me é forçada - o que geralmente me acontece, bem clichê e batido, quando sou dispensado pelas belas beldades.
(embora isso não seja exatamente o fim do mundo, como quando quem te força a solidão garganta abaixo é um amigo de longa data...)
Que dizer........?
