BlogSlot - Visões de um Caipira Cosmopolita...

sexta-feira, setembro 29, 2006

Diálogo sobre a representação estudantil ontem




















Da série "O Aventureiro Descolado" (ou "O Caipira Cosmopolita"), essa foi tirada em Floripa, mais precisamente na Praia Mole, exatamente no dia 28 de julho deste ano, durante uma desestressada do ENEAD.
A montagem ficou por minha conta - nem sabia que dava pra fazer uma coisa tão bonita com conhecimentos precários de Photoshop e Paint...
E aquele GRANDE obrigado ao Hanna - se ele não tivesse batido a foto com inclinação de cinco graus, não teria sido possível dar este efeito maneiro que a foto ficou...




Antes de continuar, prometo que vou tentar não ser sectário.
Mas, levando em consideração o assunto, acho que vai ficar difícil driblar esse problema...

Então, peço encarecidamente que me perdôem.

Continuando - sobre a vida política, pra ser mais preciso...
Ontem tivemos aqui na "capitar" uma Assembléia Geral dos Estudantes da USP de São Paulo.

Título imponente, né?
Pena que a reunião em si não teve tanto glamour...

Pra começar, tivemos a presença dos companheiros e companheiras do chamado e conhecido campo "Negação da Negação" - campo trotskista ligado a alguma coisa em algum lugar bem longe daqui que quer que não nos liguemos a nada durante essa nossa eleição, sendo ligado umbilicalmente à campanha pelo voto nulo.
Dizem também ser democráticos, mas isso foi algo que eu não vi como sendo bem algo que eu acreditaria, tendo em vista toda a movimentação dos camaradas quando alguém que com eles não concordava falava algo no microfone - vaias e impropérios eram ditos pela "Massa Insandecida"...

Discutiu-se um monte de coisas, colocou-se um monte de propostas que foram até aprovadas, mas que eu acho que serão inócuas por conta da dificuldade de organização, tivemos uma assembléia na qual poucos conseguiram ficar até o final - e estes poucos eram exatamente da NN, fazendo com que a parte mais importante da assembléia fosse totalmente manobrada...

Ora, mas que democracia é essa?
Se o pessoal da NN realmente estivesse interessado em promover o debate e a democracia, teria estimulado o pessoal a permanecer por lá e ainda estimulado-os a falar - como, na medida do possível, tentamos pelo DCE.

Ops, mas eles não queriam que os que tem opinião contrária falasse, me esqueci...

Se quisessem que a Assembléia tivesse sido lotada - é verdade, de 40 mil estudantes só estavam lá uns 150 gatos-pingados - teriam feito uma divulgação de qualidade e conjunta com o pessoal do DCE e outras entidades, que levasse à Assembléia mais do que a galerinha bacana da NN.
Infelizmente, estavam muito ocupados com a panfletagem do Voto Nulo e com os "massificados" atos de cinquenta pessoas no Largo da Batata.

Se esse pessoal realmente se importasse com a opinião de outros que não seja a deles, estaria aberto a conversar, negociar, ceder de vez em quando e se mostrar mais inflexível quando a situação se mostrasse favorável.
Infelizmente, para os nossos companheiros, a impressão que fica é que a opinião deles é a única que importa, não sendo capazes de ceder nem um honorável milímetro de suas afirmações e convicções.


Bom, a experiência de alguns anos de faculdade e de movimento estudantil me fizeram chegar a uma curiosa hipótese:
Aqueles que querem que a sua opinião seja acima das opiniões dos outros tendem a não mudar esta postura em particular - sempre acham que a opinião deles é a que vale, acima de tudo o que você possa utilizar contra eles.
Porém, isso não significa que a opinião deles não vai mudar - significa apenas que a postura deles não vai mudar. É algo que me faz pensar qual vai ser a opinião de alguns indivíduos radicais daqui a alguns anos, quando perceberem que precisamos de flexibilidade para lidar com o mundo.

Taí algo que os aproxima da falta de flexibilidade de alguns setores diretivos e burocráticos da estrutura político-estatal - a prática, a ação.
Tanto criticam a Universidade por não se mostrar aberta a negociar, mas também eles não se ostram abertos a ceder - uma postura que somente se pode adotar quando se está do lado mais forte quando se quer ganhar.


Assim, sobre o pessoal da NN, eu tenho a seguintes alternativas para escolha (que não vão ser lidas, provavelmente, já que o meu blog tem audiência mais baixa do que programa evangélico do RR Soares de madrugada):
1) Será que tomarão o caminho mais fácil, de flexibilizar as idéias para algo mais em voga em nosso mundinho imperfeito atual mas continuando com a postura indicutivelmente discutível de não aceitar a discussão e negociação de pontos dos quais discordam - fazendo com que saiam do lado mais fraco para o lado mais forte apenas por uma questão de postura política?
2) Ou escolherão um caminho mais humilde e complicado, que é o de mudar uma atitude pessoal rígida e fechada à idéias diferenciadas para algo mais próximo do diálogo e da razão em prol de um projeto futuro de sociedade ideal?

Afinal, é muito fácil não aceitar o mundo como ele é e espernear até as pernas cansarem.
Difícil é assumir que nem tudo pode ser mudado de imediato, que algumas vezes precisamos ser mais flexíveis em prol de um horizonte a ser alcançado em uma época que não podemos dizer que está exatamente próxima.





E, pra terminar, eu só digo que o Palocci também era trotskista.
Igual eles.

quarta-feira, setembro 20, 2006

Ironia metamorfósica

Preciso de mudanças.


(de preferência, maiores do que apenas mudança de fonte das letras deste post)

Pensamentos...

Só.
Estou só.


Vinte pras nove da noite.
Estou perdendo aula na minha nova faculdade de Administração, estou no DCE bebendo cerveja, estou me sentindo mal.


Bom...
Comecei a remexer os velhos emails, a fim de aliviar os 99% ocupados do Yahoo,e eis que me deparo com um velho email, de mais de uma ano e meio atrás, da garota que ainda mexe comigo.

(não, sem piadinhas infames e infantis que denunciam quem a garota é)



Sabe, estou semi-bêbado agora.
Estou cansado, com sono, perdendo aula depois de fazer uma convocatória que eu vou mandar para um mineiro no Espírito Santo, depois vou ligar pra um gaúcho que mora na Paraíba pra fazer alguns acertos políticos, vou me preparar pra viajar para Aracaju junto com um rapaz de Botucatu que estuda em São Manuel e faz Administração - curso esse que sofreu uma tiração de sarro por parte de uma amiga minha que faz Educação física em São paulo e que apóia a Heloísa Helena pra presidente - e também, pelo visto, o candidato que eu vou votar pra deputado federal, que tinha uma acessora de comunicação em brasília que é uma gracinha.

É, eu escrevi como se estivesse naquela seção da superinteressante que liga uma coisa a outra.
E eu acho que eu fiz isso apenas pra fugir de um assunto - essa moça que ainda mexe comigo.



Ler esse email me fez pensar em um monte de coisas- em como tudo poderia ter sido diferente se dois anos atrás eu não tivesse tido medo de asumir o que eu achava que sentia naquela época.
Talvez hoje eu fosse um funcionário do Banco, também, mas também fosse um namorado dedicado da garota que eu mais amei (palavrinha tão difícil de colocar aqui que eu até errei na grafia - acho que tenho dificuldade em assumir mus sentimentos). Acho que não haveria vida política pra mim hoje, apenas uma vidinha simples e sossegada ao lado da garota que eu amaria.

É estranho ver que eu renunciei à garota que eu amo por um ideal, por algo em que eu acredito. Renunciei para conquistar, impetuosamente, o mundo à minha volta- e foi o que aconteceu, já que hoje eu conheço e sou conhecido por muito mais pessoas neste mundão, devo ter amios na maior parte dos estados tupiniquins, estou crescendo e me desenvolvendo profissionalmente e politicamente, mudei de cidade - Ribeirão Preto é uma lembrança distante e saudosa no meu passado, e Sampa City é uma realidade vivenciada e acertada.
Acho que vou continuar a me desenvolver, vou tornar-me mais influente em meus meios de atuação - Movimento Estudantil, banco, quiçá política, amizades, dentre outros - e vou, finalmente, conseguir vislumbrar um horizonte visível, representando os objetivos que almejei há algum tempo, quando arrisquei de forma corajosa em prol de uma chance de ter uma vida que eu ansiava.

Mas...
Mas cara, não me sai da cabeça o que poderia ter acontecido se eu tivesse pedido ela em namoro...
Acho que isso se chama Dicotomia, se eu bem me lembro, quando você faz uma escolha e fica pensando o que teria sido se a outra tivesse sido feita.

(ai, tem uma barata aqui...)

Eu sei que eu tive medo de me assumir, já que era algo novo pra mim ter alguém pra acordar todos os dias ao meu lado, pra sorrir pra mim logo de manhã - quando o único sorriso que eu costumava ver era o sorriso sem charme de quando eu escovava os dentes de manhã.
Era algo novo pra mim isso de compartilhar o espaço, o leito, as intimidades, e tinha medo do que poderia acontecer caso eu começasse a gostar de alguém que não quisesse continuar comigo - e me revelasse pra essa pessoa.

(foi um pouco do que aconteceu, ironicamente...)

Sei lá...
Me sinto um adolescente bêbado falando aqui, pra ninguém ler, só porque precisa desabafar e estravasar isso de alguma forma.

Queria ter coragem de me assumir, que eu gosto, e de assumir as consequências disso - que eu sei que podem ser ruins, já que hoje ela é uma moça séria e comprometida...
E que deve me detestar, já que nunca me respondeu e apaga os recados que eu deixo.

(me sinto o próprio garoto enxaqueca...)



Será que amar é isso mesmo?
Será que é pensar no outro mais do que em você?


Não consigo mais ver assim - por mais que eu tenha acreditado nisso piamente por muitos meses, sofrido com isso, talvez como forma de justificar isso que eu sinto, acho.
Tentei pensar menos nesses sentimentos que agora voltam como um turbilhão, pensando que, se eu realmente amo essa agora mulher, talvez eu devesse provar isso deixando-a de lado e dando a ela liberdade pra tomaro rumo que melhor coubesse a ela.

Mas meu...
Seria essa a melhor forma mesmo de pensar um sentimento como o amor?
Será que realmente existe esse amor desprendido, de mão única, que apenas faz o indivíduo se dilapidar aos poucos e se portar como um masoquista emocional?


Eu já não sei, e questiono isso.
Eu sempre achei que o amor deveria ser interpretado como um sentimento que faz com que as pessoas procurem ser melhores, que faz com que os seres procurem evoluir...

Mas o meu histórico me mostra que a minha evolução pessoal veio muito mais de fatores diferenciados, como a minha ambição, paixão (não afetiva, mas política), coragem, perseverança, garra, luta...
Mas não do amor.
O amor apenas me fez mais medroso - já que eu ainda não tenho coragem de ter uma atitude mais incisiva e centrada pra resolver isso...
Me fez mais canalha - já que eu hoje não consigo enxergar num semelhante que me atraia dessa forma uma relação, mas apenas um encontro pontual e casual...
Piorou a minha saúde física - já que eu sinto mudanças em meu corpo, decorrentes de um certo descaso com o físico, e que se refletem em algumas alterações de saúde já bem presentes em mim...

Fora os defeitos que eu ainda nem encontrei, e que eu tenho medo de descobrir cedo ou tarde...
Os que eu esqueci de mencionar...



Bom...
Pelo menos eu já identifiquei três graves problemas.
espero que pelo menos o primeiro que eu citei eu consiga resolver assim que o meu celular-agenda me lembre disso, lá em Aracaju.