BlogSlot - Visões de um Caipira Cosmopolita...

domingo, agosto 10, 2008

Encruzilhadas

Constante processo de mudança, constante momento de reflexão.
Comum na minha idade, o jovem adulto que procura um rumo, uma definição para sua vida.


(ou quem está lendo o texto acredita MESMO que decidimos o que será de nós na hora de colocar o curso que faremos na faculdade?)


Fiz muita coisa depois de sair de Amparo. Quase desisti do curso de Administração algumas vezes até me encontrar, ralei bastante enquanto estava sem trabalho até arrumar um emprego para sobreviver, conheci muitas pessoas complicadas até começar a valorizar a família e os amigos...

Mas ainda é como se faltasse algo.
Não acho que seja uma grande realização, um embrenhamento na carreira política, uma grande empresa pra exercitar meu lado empreendedor ou a namorada que eu nunca tive. Coisas que inclusive cogitei, e infelizmente algumas vezes eu, como qualquer pessoa em situação semelhante, interpretei erradamente como "as grandes soluções de meus problemas".


De repente, um dia, você reencontra a moça que tanto amou no passado, descobre a grande sacada pra ganhar seu primeiro milhão, se forma na faculdade...
E você percebe que não é aquela conquista em particular que definirá sua vida, por mais que você ame a garota, ganhe o milhão ou seja o melhor aluno da sala. Percebe que o que te molda não são as grandes escolhas, mas seu dia-a-da, cotidiano, coisas que em geral temos possibilidade e capacidade para mudar sem grandes problemas para nossa existência.

A grande sacada é que a maioria das pessoas não percebe isto.
Não saca que o desenvolvimento é no dia-a-dia, e fica perseguindo "o grande amor", "a grande idéia", até mesmo "a grande sacada". Não percebem que uma pedra pode resistir sem grandes dificuldades a um grande choque, mas é moldada em algum tempo pela água que diariamente pinga em cima dela.


Apesar de perceber, até eu mesmo ainda acho que falta alguma coisa.
Não acho que seja um bom emprego, por mais que tenha críticas ao meu, ou o diploma na USP, ou uma mulher que me complete, já tenha cruzado com ela ou não - mas ainda tenho uma tendência natural a aplicar o "messianismo" a uma grande mudança, inconscientemente.


Pelo menos o texto serviu pra eu começar a trabalhar melhor o dia-a-dia ao invés de "grandes mudanças".
Acho que uma grande realização pode sim acontecer, um grande planejamento, uma grande escolha, conquista e talz. Mas apenas se, durante o cotidiano, buscarmos nossos objetivos em cada atitude, cada ação, de forma decente e bacana.

(claro que isto também depende da escolha dos objetivos...)


A solução pras encruzilhadas é a forma como percorremos a estrada.
Os objetivos podemos até mudar, porém é a forma como percorremos a estrada que muda a gente.

Texto de dois de Agosto

Escrevi este texto no dia do meu aniversário.
Fica aqui, para registro...


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Sim.
Hoje é meu aniversário, vinte e seis anos. Data especial e querida, desde as dez para as três da tarde deste dia, vinte e seis anos atrás, quando nasci.


Todos os anos, coloco um texto falando sobre as impressões que tive...
Um pequeno balanço do que me aconteceu.

Este ano, sai meio atrasado...em cima da hora...sem grandes pretensões de ser uma lição de vida ou um texto belo, clássico e profundo...

Mas sai.


Primeiro, acho que muitas coisas aconteceram para que eu me tornasse mais...

Responsável.

Infelizmente, nem todas boas - poucas das boas se fazem lembrar, ao contrário das ruins - mas todas experiências válidas para me mostrar sobre como as ações que eu tenho, às vezes pequenas para mim, podem ter um impacto tão grande...
Podem ser tão decisivas para outros.

Vejo muito isto pelo banco onde trabalho. Para mim, às vezes, mais uma conta aberta pode QUASE parecer mais uma conta, apenas, mais um número. Mas, parando para pensar, Para a pessoa que abre esta conta é uma nova esperança de emprego, de faculdade, expectativas e de realização de sonhos futuros. De realização daquilo que se ansiou por tanto tempo.

Isto, em uma coisa tão prosaica como uma abertura de conta corrente.
Imagine outras coisas, outros momentos onde, para mim, pode ser apenas mais uma tarefa, mais uma pequena vitória, um pequeno revés...
Mas que, para um outro, ou até para mim mesmo no futuro, pode ser decisivo e impactante.


Houveram várias coisas que me fizeram pensar assim, sobre o impacto de minhas responsabilidades. Vão desde trabalhos de Economia não entregues até pessoas que conheci em formaturas.
Cada experiência mostrando como uma pequena decisão pode ter impacto tremendo, para mim e para outros.


Também fiquei mais ambicioso...
Acredito que me subestimei bastante tempo em relação ao que quero da vida - algumas vezes, mais complicadas, terminando por correr atrás do próprio rabo, muito esforço sem almejar chegar a algum lugar.

Acho que, agora, carrego boas ambições em relação ao que almejo me tornar. Em breve.
E estas boas ambições, trabalhadas de forma honesta para com os outros, e, principalmente, para com a minha própria pessoa, também me ajudarão a chegar onde almejo.


Pensando no campo afetivo...
Percebi que uma coisa pequena para uma outra pessoa, como te ver depois de muitos anos sem contato ou dar um pequeno alô pra saber como você está podem ser muito impactantes para mim..
E mexer muito comigo.

Acho que talvez tenha aprendido que pequenos momentos ao lado de quem se gosta, mãe, pai, amigos, irmãos, podem ser de muito vais valia do que aqueles GRANDES momentos dos quais nos lembramos.


Acho que, do ano passado para cá, fiquei bem menos sozinho. Me aproximei dos amigos e da família, digo aproximação afetiva, combatendo a solidão que tanto mexia comigo antes.

Em conpensação, me machuquei muito...
Amores desencontrados, amores não correspondidos, amizades perdidas...

Palavras que não foram ditas no momento certo, apenas para dar lugar à palavras vazias...
Ou às palavras erradas.


Para o próximo ano, a fim de me machucar menos...
Espero apenas aperfeiçoar meu timing, e dizer a coisa certa na hora certa.



De modo geral, acho que o ano foi sim, bom.
Aprendi muito sobre o valor das pessoas, e sobre responsabilidades para com elas. Sobre o que quero da vida, e sobre o impacto que meus objetivos tem. Sobre como o importante é importar sim - mas para quem importa, e se importa.


Coisas que, espero eu, façam diferença na hora de combater minha imaturidade.


No mais, obrigado a quem leu até aqui....rs....

sábado, agosto 02, 2008

Los ríos no llevan agua,
el sol las fuentes seco...

¡Yo sé dónde hay una
fuente que no ha desecar el sol!

La fuente que no se agota
Es mi propio corazón...

V. Ruiz Aguilera (1862)



(Sugerido por Handy Taha, Pesquisa Operacional)