BlogSlot - Visões de um Caipira Cosmopolita...

sexta-feira, outubro 05, 2007

Illyana


O nome do tópico tem uma razão muito particular.

Que tem a ver sim com mulher, mas que não é algo que envolva nenhuma Illyana que eu conheça.





(aliás, não conheço nenhuma Illyana...)






O nome vem de um gibi qu eueu tenho aqui em casa, X-Men Gigante Nº 1.

Que é a revista onde Wolverine perde o adamantium de seus ossos - cortesia do Sr. Magneto.




Mas a parte que é realmente a que se refere o nome do post nem é essa...

Mas o enterro da irmã de Colossus - Illyana Rasputin, morta pelo vírus legado.


Nesse enterro, antes dele começar, uma passagem muito curiosa me atraiu a atenção - que foi quando o Prof. Xavier está em frente ao espelho, no banheiro, se olhando, e diz que três vezes na vida não reconheceu seu rosto diante do espelho.


Uma, ao perceber que era mutante, diferente dos indivíduos comuns.

Outra ao perceber, acordando em um belo dia, que estava fadado a não mais andar pelo restante de seus dias.

E a terceira, ao chegar o dia de enterrar Illyana - dia que marcou o fracaso do sonho no qual acreditou a vida toda, de convivência pacífica entre humanos e mutantes.



(...)



Bem...

Porque uma referência tão pop agora, sete e meia da noite, no meu blog?





(...)





Porque eu me olhei no espelho, agora pouco de casa, e também tive um susto.

Reparei que tinha um olhar que nunca havia visto, tão sinistro e sombrio que quase me assustou.


E foi precisamente esse olhar que me fez ver um homem que eu não conhecia, e fez com que eu, pela segunda vez em minha vida, não me reconhecesse em frente a um espelho.


E foi quando me veio à mente a referência do Prof. Xavier, em frente ao espelho, tentando entender a si mesmo - como na outra vez em que isto aconteceu.






Da outra vez, aconteceu em Guarulhos. 14 de setembro passado, sexta.

Após chegar ao aeroporto e ver um pôr-do-sol que figura dentre as mais belas imagens que eu me recordo, me lembro bem de ter perdido o vôo para Salvador por cinco minutos, o que me ocasionou alguns transtornos graves e pendências pessoais pelas quais até hoje ainda tneho que responder.


Me lembro bem de ter ficado na minha cabeça como as pessoas morrem nos vôos, e as empresas aéreas apenas quererem tirar o delas.

Me lembro bem de ter ficado irado por não poder entrar no avião, apesar de ainda faltar 25 minutos para a decolagem.

Me lembro bem de ter pensado muito no que estava motivando aquela viagem, sobre como eu queria estar na cidade naquele final de semana e os motivos que a ocasionaram.


E me lembro bem que eu me atrasei cinco minutos por causa de uma maldita coca-cola.






Ao entrar na sala de espera, após fazer o check-in, fui ao banheiro, e um turbilhão de pensamentos e dúvidas vieram à minha mente.

Sobre como as coisas haviam se encaminhado em minha vida, até aquele dia, sobre como eu as enfrentava, sobre os desafios que eu propunha a mim e sobre como eu respondia - ou responderia - àqueles desafios.

Me vinha à mente a dúvida sobre a vida que eu escolhi, sobre como eu estava me tornando, quem eu estava me transformando, e se era aquilo memso que eu queria pra mim.


Se era aquela vida, aquela relação com o mundo, que eu queria pra mim.





E por alguns momentos, olhando minha imagem descabelada no espelho do aeroporto, me deu uma impressão fortíssima se eu queria continuar com essa vida universitária, se eu estava feliz como bancário, se eu poderia ter esperanças com uma moça que eu esperava encontrar lá em Salvador, se eu era um bom filho, irmão, amigo, vice-presidente da FENEAD....



Enfim...



Só saí de lá ao ver minha cara melhorar, e ter coragem de novo - alguma, pelo menos, um mínimo - pra enfrentar o final de semana que vinha vindo.








O final de semana foi bom, falando de FENEAD.

Conseguimos resolver quase tudo.


Mas foi péssimo, pessoalmente falando.

Afinal, por mais que te empurre pra frente, um pé na bunda é sempre um pé na bunda.















E hoje...



Hoje foi algo como um ápice.

Passei a semana toda pensando nas matérias da faculdade, no workshop da FENEAD que estamos promovendo pra amanhã e em uma ligação pra uma amiga, meio distante hoje em dia, pra qual eu queria ligar mas estava receoso por conta da reação dela.




Parece que veio tudo de novo de uma vez...

MAs me veio uma frustração, raiva, diferentes da outra vez, quando eu me sentia com muita dúvida, e literalmente fracassado.


Dessa vez, pelo menos do que eu sentia eu tinha muita certeza - mas, apesar disso, sei que o evento amanhã não vai ser o melhor do mundo, por conta da baixa audiência.

Dessa vez, em relação à faculdade, sei que tenho que ter coragem se quiser um dia pegar no canudo. Mais até do que vontade, porque vontade eu tenho.

Dessa vez, eu digo que o mesmo que eu escrevi sobre a faculdade se aplica à minha amiga...pois não vou ter uma relação melhor com ela se não for corajoso o suficiente pra ser sincero com ela - e, principalmente, comigo mesmo, mais do que com ela, na hora de ser amigo, pai, irmão, namorado, filho de quaisquer pessoas que sejam.






Sei lá...

Talvez eu precisasse falar um pouco mesmo, ver se isso me faz sentir melhor.

Acho que ajudou.